sábado, 2 de junho de 2012

Bom, agora é mãos à massa. Depois das belas palavras da minha nobre amiga Joseana Carvalhal, inicio este percurso de escrevinhador.  ....e dando inicio a seletiva de textos de amigos. O meu blog será hoje aberto pela minha amiga Ligia Mendes. Então, deixe que ela fale:


AMOR, DOM SUPREMO...
Por Ana Lígia Mendes

“Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os ministérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.” 1 Coríntios 13: 2.
O amor é um dom supremo, essa passagem da carta de Paulo aos coríntios define bem a sua grandiosidade, fala de um amor verdadeiro como o que o todo-poderoso sentiu por nós, a ponto de entregar o seu filho unigênito para morrer na cruz e salvar a humanidade de seus pecados. Mas bem amados, aqui vou me limitar apenas ao amor entre dois seres, ao amor entre um homem e uma mulher. Das experiências pessoais que já vivenciei, tive o privilégio de conhecer um amor tão puro e verdadeiro como o que Paulo relata. Entretanto, não fui capaz de administrá-lo em toda a sua essência e em toda a sua glória. “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino...” Em 1 Coríntios 13:11 retrata bem essa fase da minha vida, e embora não pude mantê-lo, mas vejo que verdadeiramente carrego seus frutos até hoje. O amor é capaz de fazer grandes revoluções, de multiplicar forças, e de transformar pequenos em gigantes. Foi assim comigo, quando eu era menina, sentia como menina, pensava como menina, até que o amor me fez enxergar que a vida era muito mais que um pequeno espaço de tempo, era um dom divino que deveria ser vivido em toda a sua plenitude, buscando aquilo que se deseja alcançar. O verdadeiro amor é aquele capaz de edificar a alma, ainda que seja falando a verdade ou ensinando por meio das experiências mais dolorosas e constrangedoras. “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece...” 1 Coríntios 13:4. O amor é um dom supremo, e como tal, não conduz a atitudes tolas e impensadas, ao contrário, ensina, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor não completa, complementa, mas sendo divino é necessário que exista uma verdadeira aliança com Deus. “...não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se ressente do mal...” A aliança do amor em Cristo, é a mais pura e nobre que pode existir, sendo amor, não procura satisfazer seus interesses carnais, mas respeita  a espera e preserva a imagem daquele(a) a quem se ama. “O amor jamais acaba...” 1Coríntios 13:8. Então sendo amor, jamais acaba, ainda que a barreira do tempo ou distância pareçam infindáveis, ainda que a vida os conduza a caminhos antagônicos, e tendo frutificado, sabereis que conhecestes face a face o amor.

Que Deus abençoe a todos!
Com amor,
Ana Mendes.

domingo, 29 de abril de 2012

 Caríssimo Márcio,
“E o mundo com isso, Márcio? Pois é, você conseguiu responder a esta pergunta, com a sua sensibilidade e o reconhecimento do grande valor da escrita. Esta sim, caminha mundos inimagináveis, mas chega lá. Pronto, você descobriu o  segredo! Para você, Maktub!

A sua homenagem me emocionou por demais como há muito não experimentava tal sentimento. Mais que lisonjeada, sinto-me encabulada e de certa forma estranha com tamanha demonstração pública de tanto carinho. Mais louco que você, só um outro ex-aluno que tatuou meu nome em seu braço. Por tudo isso muitíssimo obrigada mesmo! Estou ainda em estado de felicidade, mas o mérito certamente não é só meu por ter marcado com tanta intensidade a sua vida e de tantos outros até agora manifestados. A questão é que lancei sementes em terrenos férteis. E você como cuidador atento, percebeu tudo e não deixou passar a oportunidade de colher de mim o que precisava. Você como poucos, o sei agora, se permitiu transpor a cascadura e compreender a minha maneira de formar outros profissionais. Muitos velhos companheiros meus de jornada ainda não conseguiram, apesar de estreita convivência. Foi sensível para entender a “minha dureza”. Afinal, não entendo educação sem “dureza”, sem seriedade, compromisso, responsabilidade e principalmente fazer diferente. Superar a mesmice, a mediocridade que tanto alastra este nosso Brasil varonil.

Ainda bem que você não disse também que “eu só queria aparecer”. Certa vez uma aluna de pós-graduação levantou o dedo para falar e me disse: -“professora acho que a senhora quer aparecer”. Eu lhe tranqüilizei dizendo: Cara colega, não tenha a impressão de achar que quero aparecer.Tenha a certeza que eu quero aparecer sim. Afinal viemos ao mundo para que? É muito triste passar por aqui e não ser percebida, não é mesmo? Grite!Diga ao mundo-ALÔ, EU ESTOU AQUI!!

Você percebeu meus momentos de “aparição” quando dentro dos conteúdos refletidos eu lhes passava uma enxurrada de referências bibliográficas, com seus autores e obras maravilhosas para ler mais, conhecer mais e melhor. Deu certo, você compreendeu!Fico feliz por isto também.

A vida dedicada à educação tem dessas surpresas maravilhosas, vindas de pessoas maravilhosas como você que infelizmente não pude conhecer melhor no período em que partilhamos nossos conhecimentos. Mas estamos vivos gracias a la vita e por isso mesmo não nos deixaremos mais de vista.  E hoje com esta maravilhosa tecnologia que nos permite estar tão perto de quem queremos, podemos sim caminhar juntos. Então está combinado!!!

Os autores que escolheu para justificar seu desejo de escrever, são simplesmente maravilhosos e não poderiam ser outros. Está bem acompanhado, certamente!

Bom, agora chega de  patatipatatá. Vamos à concepção do nome do blog “E o mundo com isso?”: Todos os caros alunos que por mim passaram, ouviram de mim a certeza de que a sala de aula é o espaço mais pervertido de ensino. Visto ser construída em discursos e como tal constrói também uma realidade falseada e enganadora. Inicialmente essa minha assertiva causava um certo espanto, porém ao decorrer de minha justificativa, se convenciam e com isso ganhei vários seguidores para compreender que o maior aprendizado é o da rua, do mundo ( Paulo Freire que o diga). A este devemos todas as explicações, vivemos todas as emoções que se possa experenciar ,portanto a este velho mundo precisamos prestar contas dando nossas respostas às suas múltiplas indagações. Afinal é no outro que encontramos nosso espelho e este outro está lá. Assim, quando certo aluno tentava me “justificar” seu desleixo, negligência nos estudos etc. e vinha com explicações bobas, muito particulares e em muitas vezes grandes vacilos, sem assumir o descompromisso, como por exemplo deixar o parceiro do grupo na mão e prejudicar uma turma inteira, então eu lhe perguntava: E o mundo com isso? Preste atenção, o mundo é maior que o seu umbigo...você não vive só...cresça e apareça e por aí vai. Usava também essa expressão contra mim mesma quando, por exemplo, por algum motivo, sob meu olhar, entendia não ter ministrado uma boa aula e comentava rapidamente com a turma que estava cansada, muito cansada e logo imediatamente dizia para eles: E o mundo com isso??? Não importava meu cansaço, não era problema do meu aluno, eu estava ali para uma boa aula, ter uma boa conversa e promover crescimento juntos. No fundo é uma maneira sutil de dizer : e daí?...e eu com isso? E?.Coisas assim!!! Simples assim!!Mas que dentro do contexto fizera grande barulho.

Agora recentemente vi uma publicação de ex-alunos meus no facebook onde estava escrito – E daí?. Adivinhem de quem lembraram? Publicamente compartilharam a postagem dizendo que era a “minha cara”. Não sei porque, mas gostei e curti a lembrança.

Enfim, Márcio, tivemos que nos separar. Tenho planos para minha velhice e busquei o recolhimento para que enfim possa escrever. Você sabe que para isso há que se ter isolamento, adoráveis momentos de solidão para ver o que está por dentro da matéria, do espírito, rastrear a mente e observar melhor o mundo. Foi isso que fiz. Mas o bom disso tudo é que estamos juntinhos nessa grande aldeia global. 

Seja feliz!Lute por o que deseja! Sonhe, muito! Dormindo, acordado, navegando, voando, volitando, não importa. E principalmente deseje tudo o que for possível para tornar reais seus propósitos. Acredite, quando queremos a possibilidade de dar certo é bem maior.

Um grande afago no coração. E mais uma vez, OBRIGADÍSSIMA pela homenagem!!! Joseana Carvalhal

quarta-feira, 25 de abril de 2012


E o mundo com isso? - Uma pequena Introdução
Escrever é a única maneira de viver, não a minha vida, esta vida que me escapa por entre os dedos a cada gole da minha sede. Escrever é escreviver outras vidas, em outras dimensões, tempos paralelos.
Escrever é a única louca esperança dentro de um manicômio... e fora dele também.
Escrever é deixar no papel a impressão digital do ser que somos.
Escrever é descrever o que pressentimos, o que dizem os nossos cinco sentidos, mesmo que não faça o menor sentido.
Escrever é sempre tarde, é sempre cedo, é sempre na hora certa.
Escrever é algo de que se tem necessidade, é algo de que não se tem necessidade alguma.
Escrever é incurável.
Escrever é sempre viver o sucesso no fracasso, a alegria de poder estar triste, o nunca do sempre, o infinito do finito, o absolutamente relativo.
Escrever é ato de amor, intimidade exposta, introspecção devassada, solidão solidária.
Escrever é falar com quem não vemos, ouvir quem nada nos diz, conversar com quem nos despreza, aprender com quem nada ensina, ensinar coisas a quem não quer aprender nada.
Escrever é catarse, é espionagem, é propaganda enganosa, mistério da fé, é terapia para todo mundo.
Escrever é recordar o que não aconteceu, prever a nostalgia, admirar-se com o banal.
Escrever é condenar-se. O cardeal Richelieu (desenhado como um ser terrível por Alexandre Dumas) disse certa vez: "Mostrai-me seis linhas manuscritas pelo mais honrado dos homens, e acharei nelas todos os motivos para enforcá-lo".
Escrever é testemunhar, é mentir, é revelar, é engrupir, é purificar-se, é resistir, é matar, é assumir, é transladar, é omitir, é calar, é sorrir.
Escrever é vício, é adiar a morte, é "um ócio trabalhoso", como disse Goethe.
Escrever é fugir, é voltar, é abrir uma janela, é fechar-se em casa, é queimar a casa, é reconstruir a casa, é pregar-se na cruz, é ressuscitar, é recriar o mundo.
Escrever nos torna mais humanos. Nem por isso mais virtuosos. Escrever é roer os ossos do medo. Repudiar a felicidade como facilidade. É inspirar-se quando não há inspiração. É pintar, musicar, teatralizar, filmar, esculpir, dançar.
Dançar com as palavras é a dança mais vã - no entanto dançamos mal rompe a manhã. Conforme a música, conforme a dúvida. Sempre inconformados.
                                      Gabriel Perissé - Professor universitário, escritor e palestrante Brasileiro
“É preciso reagrupar os saberes para buscar a compreensão do universo".
                                                                       Edgar Morin - filosofo.
          Já faz algum tempo que eu venho pensando em criar um espaço onde pudesse postar meus pensamentos e ideias, por que sempre gostei muito de escrever, apesar de já não escrever tanto quanto escrevia no passado. Mas de um tempo pra cá este desejo de escrever ganhou vida e se materializou neste blog, porém pra ativa-lo demorei um bom tempo, fiz algumas promessas, sobretudo a duas pessoas: ao meu grande amigo Junior Mendes e a minha grande amiga Dili Passe, de que o faria na próxima segunda, e depois na próxima segunda e depois de muitas “segundas”, hoje, dia 25/04/2012 este projeto parece que estar saindo do papel e invadindo as telas da Blogmania.
             Mas pra que um blog? Bom, este Blog surge de minha necessidade pessoal de externar o que penso e sinto sobre tudo o que me cerca. De dividi minhas experiências e visões de mundo com diversas pessoas que buscam nos blogs formas de apreensão de conhecimento e de divertimento.
             A arte de escrever e de ler para algumas pessoas é terapêutica, falar de si mesmo e de seus dramas, ouvir histórias que se assemelham a acontecimentos com os quais passamos, a identificação e o desejo de compartilhar um pouco de si mesmo com o mundo, ajudam muitos no aspecto psicológico e os fazem agir. Digo isso em virtude das diversas ocorrências em que observei nos blogs e um, em especial, me chamou a atenção pela relação em que a escritora estabelece com o texto. A Raquel Braga, que é a blogueira do “Porto de Letras” diz o seguinte: “Escrevo para me encontrar, pois é o melhor caminho para chegar até mim mesma”. Ou seja, o universo das letras nos auxilia nesse encontra-se, entender-se como forma de nos auxiliar no grande desafio de existir. É como se pudéssemos nos colocar nas folhas em branco do papel e ali como num espelho refleti um pouco do que somos. Em outras palavras estamos realizando um exercício de autoconhecimento, uma viajem para dentro de si mesmo. Lembrei agora uma frase muito interessante do ferreira Gullar sobre as artes. Ele disse que a arte existe por que só viver não basta. Jung dizia: “Toda pessoa deveria cultivar a arte de falar consigo mesmo, como se o próprio afeto falasse, sem levar em conta a crítica”. Clarice Lispector, disse: “Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida”. E escrever é uma dessas artes de falar consigo mesmo. Porém, não estou afirmando que a arte de escrever substitui qualquer que seja o tratamento psicológico que alguém esteja fazendo, mas que, sem dúvida, é um grande aliado no processo de autoconhecimento, funcionando como um catalisador.
              Blogs foram feitos para que as pessoas possam dizer o que desejam, compartilhar suas frustrações e conquistas, fazer pensar, protestar, o que for. Podemos observar assim as diversas nuances do “fazer-se” no blog. Cada qual se expressa tendo em vista suas necessidades e desejos pessoais.
             A minha proposta de leitura de mundo em meu blog se faz a partir de uma visão holística amparada sobre as bases da filosofia, da literatura, da lógica, das artes plásticas e não da compartimentação do conhecimento, que pra mim empobrece-o.
           Bom, agora irei falar sobre a história da escolha do nome do blog que é uma homenagem a uma professora maravilhosa que lecionou na Faculdade Santa Fé, em que cursei Letras-espanhol, chamada Joseana Carvalhal.
         Nosso primeiro contato não foi muito amigável, a “sua rigidez e exigências acadêmicas” me assustaram e me fizeram torcer o nariz pra ela, mas com o tempo o modo dela de se importar com o aluno e exigir sempre o melhor foram me fazendo mudar gradualmente a visão preconcebida que possuía. E a suposta rigidez foi substituída pelo afeto, pelo carinho e amor a ela. Por que de alguma forma ela demonstrava um grande amor pelo que fazia, percebíamos a sua entrega total em suas aulas e o desejo de compartilhar os seus conhecimentos que vinham sempre carregados de uma experiência de vida tremenda... Passei por alguns momentos em que o conhecimento me parecia pesado e chato e toda vez eu ficava estupefato olhando-a ali na frente falando de maneira apaixonada com uma preocupação com o que nos passar e em um dia desses eu fiquei refletindo sobre o amor ao conhecimento e mudei minha postura. Eu poderia ficar aqui falando por horas sobre a professora Joseana Carvalhal, mas estas poucas palavras demonstram o grande carinho e amor que tenho por estar mulher que se tornou uma de minhas referências de vida.
             Com relação à expressão “e o mundo com isso?” deixarei a cargo da própria professora Joseana Carvalhal. Que me darar a honra de tecer algumas palavras de boas vindas ao meu blog.

Bom , aqui termino esta pequena introdução.
Abraço a todos e espero que gostem do que aqui publicarei.