E o mundo com isso? - Uma pequena Introdução
Escrever é a única maneira de viver, não a minha vida, esta vida que me escapa por entre os dedos a cada gole da minha sede. Escrever é escreviver outras vidas, em outras dimensões, tempos paralelos.
Escrever é a única louca esperança dentro de um manicômio... e fora dele também.
Escrever é deixar no papel a impressão digital do ser que somos.
Escrever é descrever o que pressentimos, o que dizem os nossos cinco sentidos, mesmo que não faça o menor sentido.
Escrever é sempre tarde, é sempre cedo, é sempre na hora certa.
Escrever é algo de que se tem necessidade, é algo de que não se tem necessidade alguma.
Escrever é incurável.
Escrever é sempre viver o sucesso no fracasso, a alegria de poder estar triste, o nunca do sempre, o infinito do finito, o absolutamente relativo.
Escrever é ato de amor, intimidade exposta, introspecção devassada, solidão solidária.
Escrever é falar com quem não vemos, ouvir quem nada nos diz, conversar com quem nos despreza, aprender com quem nada ensina, ensinar coisas a quem não quer aprender nada.
Escrever é catarse, é espionagem, é propaganda enganosa, mistério da fé, é terapia para todo mundo.
Escrever é recordar o que não aconteceu, prever a nostalgia, admirar-se com o banal.
Escrever é condenar-se. O cardeal Richelieu (desenhado como um ser terrível por Alexandre Dumas) disse certa vez: "Mostrai-me seis linhas manuscritas pelo mais honrado dos homens, e acharei nelas todos os motivos para enforcá-lo".
Escrever é testemunhar, é mentir, é revelar, é engrupir, é purificar-se, é resistir, é matar, é assumir, é transladar, é omitir, é calar, é sorrir.
Escrever é vício, é adiar a morte, é "um ócio trabalhoso", como disse Goethe.
Escrever é fugir, é voltar, é abrir uma janela, é fechar-se em casa, é queimar a casa, é reconstruir a casa, é pregar-se na cruz, é ressuscitar, é recriar o mundo.
Escrever nos torna mais humanos. Nem por isso mais virtuosos. Escrever é roer os ossos do medo. Repudiar a felicidade como facilidade. É inspirar-se quando não há inspiração. É pintar, musicar, teatralizar, filmar, esculpir, dançar.
Dançar com as palavras é a dança mais vã - no entanto dançamos mal rompe a manhã. Conforme a música, conforme a dúvida. Sempre inconformados.
Gabriel Perissé - Professor universitário, escritor e palestrante Brasileiro
“É preciso reagrupar os saberes para buscar a compreensão do universo".
Edgar Morin - filosofo.
Já faz algum tempo que eu venho pensando em criar um espaço onde pudesse postar meus pensamentos e ideias, por que sempre gostei muito de escrever, apesar de já não escrever tanto quanto escrevia no passado. Mas de um tempo pra cá este desejo de escrever ganhou vida e se materializou neste blog, porém pra ativa-lo demorei um bom tempo, fiz algumas promessas, sobretudo a duas pessoas: ao meu grande amigo Junior Mendes e a minha grande amiga Dili Passe, de que o faria na próxima segunda, e depois na próxima segunda e depois de muitas “segundas”, hoje, dia 25/04/2012 este projeto parece que estar saindo do papel e invadindo as telas da Blogmania.
Mas pra que um blog? Bom, este Blog surge de minha necessidade pessoal de externar o que penso e sinto sobre tudo o que me cerca. De dividi minhas experiências e visões de mundo com diversas pessoas que buscam nos blogs formas de apreensão de conhecimento e de divertimento.
A arte de escrever e de ler para algumas pessoas é terapêutica, falar de si mesmo e de seus dramas, ouvir histórias que se assemelham a acontecimentos com os quais passamos, a identificação e o desejo de compartilhar um pouco de si mesmo com o mundo, ajudam muitos no aspecto psicológico e os fazem agir. Digo isso em virtude das diversas ocorrências em que observei nos blogs e um, em especial, me chamou a atenção pela relação em que a escritora estabelece com o texto. A Raquel Braga, que é a blogueira do “Porto de Letras” diz o seguinte: “Escrevo para me encontrar, pois é o melhor caminho para chegar até mim mesma”. Ou seja, o universo das letras nos auxilia nesse encontra-se, entender-se como forma de nos auxiliar no grande desafio de existir. É como se pudéssemos nos colocar nas folhas em branco do papel e ali como num espelho refleti um pouco do que somos. Em outras palavras estamos realizando um exercício de autoconhecimento, uma viajem para dentro de si mesmo. Lembrei agora uma frase muito interessante do ferreira Gullar sobre as artes. Ele disse que a arte existe por que só viver não basta. Jung dizia: “Toda pessoa deveria cultivar a arte de falar consigo mesmo, como se o próprio afeto falasse, sem levar em conta a crítica”. Clarice Lispector, disse: “Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida”. E escrever é uma dessas artes de falar consigo mesmo. Porém, não estou afirmando que a arte de escrever substitui qualquer que seja o tratamento psicológico que alguém esteja fazendo, mas que, sem dúvida, é um grande aliado no processo de autoconhecimento, funcionando como um catalisador.
Blogs foram feitos para que as pessoas possam dizer o que desejam, compartilhar suas frustrações e conquistas, fazer pensar, protestar, o que for. Podemos observar assim as diversas nuances do “fazer-se” no blog. Cada qual se expressa tendo em vista suas necessidades e desejos pessoais.
A minha proposta de leitura de mundo em meu blog se faz a partir de uma visão holística amparada sobre as bases da filosofia, da literatura, da lógica, das artes plásticas e não da compartimentação do conhecimento, que pra mim empobrece-o.
Bom, agora irei falar sobre a história da escolha do nome do blog que é uma homenagem a uma professora maravilhosa que lecionou na Faculdade Santa Fé, em que cursei Letras-espanhol, chamada Joseana Carvalhal.
Nosso primeiro contato não foi muito amigável, a “sua rigidez e exigências acadêmicas” me assustaram e me fizeram torcer o nariz pra ela, mas com o tempo o modo dela de se importar com o aluno e exigir sempre o melhor foram me fazendo mudar gradualmente a visão preconcebida que possuía. E a suposta rigidez foi substituída pelo afeto, pelo carinho e amor a ela. Por que de alguma forma ela demonstrava um grande amor pelo que fazia, percebíamos a sua entrega total em suas aulas e o desejo de compartilhar os seus conhecimentos que vinham sempre carregados de uma experiência de vida tremenda... Passei por alguns momentos em que o conhecimento me parecia pesado e chato e toda vez eu ficava estupefato olhando-a ali na frente falando de maneira apaixonada com uma preocupação com o que nos passar e em um dia desses eu fiquei refletindo sobre o amor ao conhecimento e mudei minha postura. Eu poderia ficar aqui falando por horas sobre a professora Joseana Carvalhal, mas estas poucas palavras demonstram o grande carinho e amor que tenho por estar mulher que se tornou uma de minhas referências de vida.
Com relação à expressão “e o mundo com isso?” deixarei a cargo da própria professora Joseana Carvalhal. Que me darar a honra de tecer algumas palavras de boas vindas ao meu blog.
Bom , aqui termino esta pequena introdução.
Abraço a todos e espero que gostem do que aqui publicarei.